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Mostrando postagens de julho, 2010

Insônia

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O tique-taque do relógio Não sintoniza com o meu pensamento Tique-taque Maldito barulho, tirou-me o sono Tique-taque Sinto o pesar da madrugada sobre a cama Tique-taque Mil vezes refleti no meu cotidiano Tique-taque Que saudade de ser criança! O tique-taque Roubou-me o sono A mente pula do tique ao taque Inacabável tortura Faz sentir o quanto é tarde Quando diz que já é cedo.

Às vezes

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Às vezes me atrevo a sentir... E me reservo o direito de aproveitar...

O final do fim de semana

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Foram longas horas naquele engarrafamento... Foram muitos sentimentos... A raiva de estar presa ali, a ansiedade de chegar logo, o cansaço de uma longa jornada iniciada muitas horas antes, a felicidade de finalmente ser final de semana, a dúvida de uma expectativa... Mas, qual deles a fizera correr tanto pra chegar ali? Foi o que ela se perguntou o caminho todo. E sentia uma estranha esperança, sentiu que ganhara dela um par de asas que faziam com que ela constantemente voasse pra longe dessa realidade... E foi com asas assim que finalmente "voou" pra casa, chegou eufórica, família finalmente, gente finalmente, diálogo finalmente! "Eu sei que já combinei de passar por lá... Mas queria que ele não desistisse de mim pra que eu possa desistir disso que planejei"... Ai quantas minhocas minhocando na cabeça! Foi assim até a primeira desculpa... Mais um desencontro? Vamos pro banho... "Vai destino, tá na suas mãos!" E o destino... largou mão pelo jeito? O

Os seus, são seus...

Às vezes me pergunto se a idéia que eu tenho de felicidade não é apenas a idéia que os outros esperam que eu tenha. Todos esperam que você trabalhe muito, ganhe muito, compre muito, corra muito, saiba muito, pense muito, estude muito, faça muito, adquira muito, guarde muito, se segure muito, tenha muito. E quando você alcança o muito, espera-se sempe mais. Trabalhe  mais, ganhe mais, compre mais, corra mais, saiba mais, pense mais, estude mais, faça mais, adquira mais, guarde mais, se segure mais, tenha mais, e mais, e mais... E todos esperam que você queira muito isso. Não é loucura? Assim percebo quando sonho algo e julgo muito pequeno... mas que sonhos são pequenos?! Sonhos são sonhos! E os meus, são meus.
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Meu coração está sedento De tão ardido pelo pranto Dai um brando acompanhamento À canção do meu desencanto

O amor acaba

O amor acaba. Numa esquina, por exemplo, num domingo de lua nova, depois de teatro e silêncio; acaba em cafés engordurados, diferentes dos parques de ouro onde começou a pulsar; de repente, ao meio do cigarro que ele atira de raiva contra um automóvel ou que ela esmaga no cinzeiro repleto, polvilhando de cinzas o escarlate das unhas; na acidez da aurora tropical, depois duma noite votada à alegria póstuma, que não veio; e acaba o amor no desenlace das mãos no cinema, como tentáculos saciados, e elas se movimentam no escuro como dois polvos de solidão; como se as mãos soubessem antes que o amor tinha acabado; na insônia dos braços luminosos do relógio; e acaba o amor nas sorveterias diante do colorido iceberg, entre frisos de alumínio e espelhos monótonos; e no olhar do cavaleiro errante que passou pela pensão; às vezes acaba o amor nos braços torturados de Jesus, filho crucificado de todas as mulheres; me

Se tudo pode acontecer...

E eu também.

Fiz de mim o que não soube E o que podia fazer de mim não o fiz. O dominó que vesti era errado. Conheceram-me logo por quem não era e não desmenti, e perdi-me. Quando quis tirar a máscara, Estava pegada à cara. Quando a tirei e me vi ao espelho, Já tinha envelhecido. Estava bêbado, já não sabia vestir o dominó que não tinha tirado. Deitei fora a máscara e dormi no vestiário Como um cão tolerado pela gerência Por ser inofensivo E vou escrever esta história para provar que sou sublime.   (Extraído de  Tabacaria - Álvaro de Campos )

Escolher ou ficar na dúvida?

Dormir ou estudar? Falar ou discutir? Comer ou jejuar? Pelado ou com roupa? Ver ou enxergar? Sorrir ou chorar? Sair ou ficar aqui? Sonhar ou despertar? Viver ou morrer? Água ou refrigerante? Luva ou anel? Lentes ou óculos? Homem ou mulher? Filho ou camisinha? Rápido ou demorado? Livro ou TV? Redondo ou quadrado? Terra ou Marte? Começo ou fim? Começo e fim ou fiim e começo? Agora? Ou depois? Sim ou não? Por quê? Ou... Por que não? Pular ou cair? Fugir ou enfrentar? Sozinho ou mal acompanhado? Eu ou ele? Eu ou nós? Ouvir ou tapar? Casar ou juntar? Amor ou amizade? Viagem ou saudade? Parar ou continuar?

Uns versos meus...

Espero espero alguém notar Rastros secos em meu olhar Falsos risos a me matar A maldita esperança a me enganar (aos 16...)

Coincidência...

Estava lá eu em pleno sábado a noite, em casa (para variar), e resolvo abrir um livro do Fernando Pessoa... e dei de cara com alguns versos... gostei e logo depois vi a data em que foram escritos... no mesmo dia há 80 anos atrás... O amor é uma companhia. Já não sei andar só pelos caminhos. Porque já não posso andar só. Um pensamento visível faz-me andar mais depressa E ver menos, e ao mesmo tempo gostar bem de ir vendo tudo. Mesmo a ausência dela é uma cousa que está comigo. E eu gosto tanto dela que não sei como a desejar. Se a não, imagino-a e sou forte como as árvores altas. Mas se a vejo tremo, não sei o que é feito do que sinto na                                                                            ausência dela. Todo eu sou qualquer força que me abandona. Toda a realidade olha para mim como um girassol com a cara dela no meio. Fernando Pessoa                                                                                                 10-7-1930 Passei

Alguém me dê!

Alguém me dê um amor assim, daqueles bem piegas, daqueles bem brega, do tipo que tem direito a música do Bon Jovi, apelidinhos ridículos e vozes engraçadas... do tipo que tem bilhetinho, flor, chêro e cafuné... do tipo que eu nem faço idéia de como é...

5 coisas que olhando pra mim hoje não dá pra dizer.

1. Eu já fui MUITO gordinha 2. Eu já tive um moicano 3. Eu andava de skate 4. Eu escrevia poesia 5. Eu fui tagarela

Happiness

"A Felicidade só é verdadeira quando é compartilhada.” Christopher Johnson McCandless.