Coincidência...
Estava lá eu em pleno sábado a noite, em casa (para variar), e resolvo abrir um livro do Fernando Pessoa... e dei de cara com alguns versos... gostei e logo depois vi a data em que foram escritos... no mesmo dia há 80 anos atrás...
O amor é uma companhia.
Já não sei andar só pelos caminhos.
Porque já não posso andar só.
Um pensamento visível faz-me andar mais depressa
E ver menos, e ao mesmo tempo gostar bem de ir vendo tudo.
Mesmo a ausência dela é uma cousa que está comigo.
E eu gosto tanto dela que não sei como a desejar.
Se a não, imagino-a e sou forte como as árvores altas.
Mas se a vejo tremo, não sei o que é feito do que sinto na
ausência dela.
Todo eu sou qualquer força que me abandona.
Toda a realidade olha para mim como um girassol com a cara dela no meio.
Fernando Pessoa
Passei toda a noite, sem dormir, vendo, sem espaço, a figura
dela,
E vendo-a sempre de maneiras diferentes do que a encontre a
ela.
Faço pensamentos com a recordação do que ela é quando me
fala,
Em cada pensamento ela varia de acordo com a sua semelhança.
Amar é pensar.
E eu quase que me esqueço de sentir só de pensar nela.
Não sei bem o que quero, mesmo dela, eu eu não penso senão
nela.
Tenho uma grande distração animada.
Quando desejo encontrá-la
Quase que prefiro não a encontrar
Para não ter que a deixar depois.
Não sei bem o que quero, nem quero saber o que quero. Quero só
Pensar nela.
Não peço nada a ninguém, nem a ela, senão pensar.
Fernando Pessoa
O amor é uma companhia.
Já não sei andar só pelos caminhos.
Porque já não posso andar só.
Um pensamento visível faz-me andar mais depressa
E ver menos, e ao mesmo tempo gostar bem de ir vendo tudo.
Mesmo a ausência dela é uma cousa que está comigo.
E eu gosto tanto dela que não sei como a desejar.
Se a não, imagino-a e sou forte como as árvores altas.
Mas se a vejo tremo, não sei o que é feito do que sinto na
ausência dela.
Todo eu sou qualquer força que me abandona.
Toda a realidade olha para mim como um girassol com a cara dela no meio.
Fernando Pessoa
10-7-1930
Passei toda a noite, sem dormir, vendo, sem espaço, a figura
dela,
E vendo-a sempre de maneiras diferentes do que a encontre a
ela.
Faço pensamentos com a recordação do que ela é quando me
fala,
Em cada pensamento ela varia de acordo com a sua semelhança.
Amar é pensar.
E eu quase que me esqueço de sentir só de pensar nela.
Não sei bem o que quero, mesmo dela, eu eu não penso senão
nela.
Tenho uma grande distração animada.
Quando desejo encontrá-la
Quase que prefiro não a encontrar
Para não ter que a deixar depois.
Não sei bem o que quero, nem quero saber o que quero. Quero só
Pensar nela.
Não peço nada a ninguém, nem a ela, senão pensar.
Fernando Pessoa
10-7-1930
Comentários
Postar um comentário