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Mostrando postagens de outubro, 2010

Sobre o dia em que tudo mudou

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Difícil descrever a reviravolta que o seu mundo deu naquele dia... Ela se sentou um pouco para tentar encaixar os fatos na sua cabeça... Reviu como um filme, quadro a quadro... Parou o olhar na parede branca do quarto e se sentiu assim, como uma parede branca... O que realmente aconteceu? Difícil acreditar no que lhe acontecera. Até o fatídico dia havia pensado sim na possibilidade, no entanto nunca havia julgado ser possível... Talvez esse tenha sido o motivo dela não ter parado para pensar e analisar os fatos quando estavam acontecendo... Porque simplesmente não lhe parecia real... E de repente, não mais que de repente, tudo havia mudado. E agora? Era o que se perguntava olhando para o branco da parede. E nada podia ver além do branco. Assim como o branco é a união de todas as cores, esse branco era resultado da junção de um turbilhão de pensamentos, memórias e reflexões na cabeça dela sem achar saída ou conclusão ou qualquer coisa que servisse. Nada além de um branco. Nada.

Um presente

Ausência Por muito tempo achei que a ausência é falta . E lastimava, ignorante, a falta. Hoje não a lastimo. Não há falta na ausência. A ausência é um estar em mim. E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços, que rio e danço e invento exclamações alegres, porque a ausência, essa ausência assimilada, ninguém a rouba mais de mim. Carlos Drummond de Andrade *Tomei como um presente para mim. Por capricho mesmo.