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Mostrando postagens de 2012

It will hurt anyway

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Mesmo que eu acorde todos os dias com a melhor das intenções, e ponha o pé direito no chão antes do esquerdo, e diga bom dia para todas as pessoas que eu encontrar, e dê licença e peça perdão;  Mesmo que eu ofereça a ajuda que não me é solicitada, e não me meta em assuntos que não me dizem respeito;  Mesmo assim, eu talvez nunca receba o 'bom dia' que dei com o mesmo sorriso matinal que eu oferecer, pessoas se chocarão contra mim como se eu fosse invisível e eu não vou ouvir um pedido de desculpa;  Ainda assim, não é sempre que presenciarei gestos de gentileza, e nem sempre poderei ser quem eu realmente sou sem me preocupar com o que podem pensar de mim, porque irão. Mesmo que eu ofereça todo o amor que há em mim, e devotamente viva esse sentimento, com muita fé e força;  Mesmo que eu corra e nunca me atrase, pague e nunca mais cobre;  Mesmo assim, ninguém vai poder me dar o amor em igual medida e nem será tão delicado com o que sinto;

Life without you

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Without you, tomorrow will come anyway, people will wake up everyday, some earlier, some later, then will go to work, then will have lunch, then will come back home; like them I'm still gonna have to do the same things, still gonna have to face the routine, still gonna have to use the telephone; like most people I still gonna have tomorrow coming anyway; without you, my laundry won't go wash it by itself, my room won't get clean by itself either; without you, my body still will need food to survive and still will need water; without you, I still gonna see my friends, still gonna plan a trip, still gonna make plans for the future; without you, I'm still gonna be breathing, still gonna be walking, still gonna need to sleep; without you, life will still go on, and on, and on, and on; everyday may come as it should come, everyday lots of babies will be born, and lost of people will die; couples will break up, couples will get back together, couples will make love and o

Prazer no trabalho

Não gosto das pessoas que se gabam de trabalhar penosamente. Se trabalho fosse assim tão penoso mais valia que fizessem outra coisa. A satisfação que o nosso trabalho nos proporciona é sinal de que soubemos escolhê-lo. Clarice Lispector

Morrer em doses ou embriagar-se?

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Morre lentamente quem se transforma em escravo do hábito, repetindo todos os dias os mesmos trajetos, quem não muda de marca, não se arrisca a vestir uma nova cor ou não conversa com quem não conhece. Morre lentamente quem faz da televisão o seu guru. Morre lentamente quem evita uma paixão, quem prefere o negro sobre o branco e os pontos sobre os “is” em detrimento de um redemoinho de emoções, justamente as que resgatam o brilho dos olhos, sorrisos dos bocejos, corações aos tropeços e sentimentos. Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz com o seu trabalho, quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho, quem não se permite pelo menos uma vez na vida, fugir dos conselhos sensatos. Morre lentamente quem não viaja, quem não lê, quem não ouve música, quem não encontra graça em si mesmo. Morre lentamente quem destrói o seu amor-próprio, quem não se deixa ajudar. Morre lentamente, quem passa os dias queixando-se da sua má sorte ou da ch

Das tantas

Das tantas cartas de amor que eu escrevi até então... Nada. Das tantas lágrimas... Secas. Das tantas mãos... Nenhuma. Dos tantos laços... Desfeitos. Dos tantos olhares... Vazio. Dos tantos sentimentos... Feridas abertas. E agora então, o que me resta? ________________________________________________________________________________ Todas as cartas de amor são Ridículas. Não seriam cartas de amor se não fossem Ridículas. Também escrevi em meu tempo cartas de amor, Como as outras, Ridículas. As cartas de amor, se há amor, Têm de ser Ridículas. Mas, afinal, Só as criaturas que nunca escreveram Cartas de amor É que são Ridículas. Quem me dera no tempo em que escrevia Sem dar por isso Cartas de amor Ridículas. A verdade é que hoje As minhas memórias Dessas cartas de amor É que são Ridículas. (Todas as palavras esdrúxulas, Como os sentimentos esdrúxulos, São naturalmente Ridículas.) Álvaro de Campos, 21/10/1935

Se algum dia a gente se encontrar...

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Eu procuro um amor Que ainda não encontrei Diferente de todos que amei... Nos seus olhos quero descobrir Uma razão para viver E as feridas dessa vida Eu quero esquecer... Pode ser que eu a encontre Numa fila de cinema Numa esquina Ou numa mesa de bar... Procuro um amor Que seja bom prá mim Vou procurar Eu vou até o fim... E eu vou tratá-la bem Prá que ela não tenha medo Quando começar a conhecer Os meus segredos... Eu procuro um amor Uma razão para viver E as feridas dessa vida Eu quero esquecer... Pode ser que eu gagueje Sem saber o que falar Mas eu disfarço E não saio sem ela de lá... (Segredos - Frejat)
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I keep waiting for it to happen, and waiting for it to happen, and... I guess I'm just tired of waiting. (From : How I Met Your Mother)* *I've been watching a lot... Helps me with my waiting too...

E que eu também possa me amar assim

Quando me amei de verdade, compreendi que em qualquer circunstância, eu estava no lugar certo, na hora certa, no momento exato. E então, pude relaxar. Hoje sei que isso tem nome... Auto-estima. Quando me amei de verdade, pude perceber que minha angústia, meu sofrimento emocional, não passa de um sinal de que estou indo contra minhas verdades. Hoje sei que isso é...Autenticidade. Quando me amei de verdade, parei de desejar que a minha vida fosse diferente e comecei a ver que tudo o que acontece contribui para o meu crescimento. Hoje chamo isso de... Amadurecimento. Quando me amei de verdade, comecei a perceber como é ofensivo tentar forçar alguma situação ou alguém apenas para realizar aquilo que desejo, mesmo sabendo que não é o momento ou a pessoa não está preparada, inclusive eu mesmo. Hoje sei que o nome disso é... Respeito. Quando me amei de verdade comecei a me livrar de tudo que não fosse saudável... Pessoas, tarefas, tudo e qualquer coisa que me puses

É preciso parar

Estou com saudade de mim. Ando pouco recolhida, atendendo demais ao telefone, escrevo depressa, vivo depressa. Onde está eu? Preciso fazer um retiro espiritual e encontrar-me enfim - enfim, mas que medo - de mim mesma. Clarice Lispector

Ontem

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Se algum dia você se lembrar de mim, gostaria que fosse doce e que lhe trouxesse um sorriso. Pois mesmo que as mãos tenham se separado, importa que um dia elas se uniram. Mesmo que os laços tenham se desfeito, mesmo que palavras tenham sido ditas displicentemente, mesmo que o coração tenha acelerado por uma leve brisa que passou e nunca mais vai voltar e que você não consiga acreditar que foram bons ventos... Mesmo assim, importa que tudo teve seu valor. Importa que um dia a gente se olhou e se reconheceu ali, mesmo que brevemente... Importa que um dia eu sorri e você sorriu de volta... Importa que um dia a gente sonhou com muita fé, a mesma fé que tem os desesperados, porque a gente se desesperou sim, se desesperou na ânsia de viver, na ânsia de chegar, na ânsia de estar... Importa que a gente "chegou um dia a acreditar que tudo era pra sempre, sem saber que pra sempre sempre acaba"... Importa tudo isso, importa tudo aquilo, importa sim... "É preciso amar as pe

E se esse vento não passar?

Sê paciente; espera que a palavra amadureça e se desprenda como um fruto ao passar o vento que a mereça. Eugênio de Andrade

Ismália

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Quando Ismália enlouqueceu, Pôs-se na torre a sonhar... Viu uma lua no céu, Viu outra lua no mar. No sonho em que se perdeu, Banhou-se toda em luar... Queria subir ao céu, Queria descer ao mar... E, no desvario seu, Na torre pôs-se a cantar... Estava perto do céu, Estava longe do mar... E como um anjo pendeu As asas para voar... Queria a lua do céu, Queria a lua do mar... As asas que Deus lhe deu Ruflaram de par em par... Sua alma subiu ao céu, Seu corpo desceu ao mar... Alphonsus de Guimaraens

Mais do que jogo de palavras

O que eu sinto eu não ajo. O que ajo não penso. O que penso não sinto. Do que sei sou ignorante. Do que sinto não ignoro. Não me entendo e ajo como se me entendesse. Clarice Lispector

Desencanto

Eu faço versos como quem chora De desalento... de desencanto... Fecha o meu livro, se por agora Não tens motivo nenhum de pranto. Meu verso é sangue. Volúpia ardente... Tristeza esparsa... remorso vão... Dói-me nas veias. Amargo e quente, Cai, gota a gota, do coração. E nestes versos de angústia rouca, Assim dos lábios a vida corre, Deixando um acre sabor na boca. - Eu faço versos como quem morre. Manuel Bandeira

O presente

Amor será dar de presente ao outro a própria solidão? Pois é a última coisa que se pode dar de si. Clarice Lispector

Ela

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Eu vou lhe contar sobre ela. Ela, menina tentando ser mulher. Ela, mulher que não quer deixar de ser menina. Ela limpa a casa esperando receber visitas que nunca virão. E sonha por escrito, por recortes, por montagens, por imagens, por contemplações. E escuta música quando está no banho. E canta quando está sozinha. E dança. E arruma a cama quando vai dormir (mas às vezes não a arruma por vários dias). E coleciona receitas que nunca vai testar. E gosta de admirar pores-do-sol, chuvas e paisagens passando na janela. E chora sozinha. E fala sozinha. E imagina diálogos. E gosta de olhar as estrelas (mesmo conhecendo apenas 2 constelações, as quais vive confundindo com outras). E observar a vida que passa. Ela se envergonha e não consegue disfarçar. E não consegue prestar atenção em muitos sons ao mesmo tempo. E perde a paciência. E perde a razão. E perde o equilíbrio. Ela tropeça. E cai. E ri. Ela não se lembra da infância. E tampouco guarda nomes. E telefones. E enxerga mal. E semp

O impulso

Sou o que se chama de pessoa impulsiva. Como descrever? Acho que assim: vem-me uma idéia ou um sentimento e eu, em vez de refletir sobre o que me veio, ajo quase que imediatamente. O resultado tem sido meio a meio: às vezes acontece que agi sob uma intuição dessas que não falham, às vezes erro completamente, o que prova que não se trata de intuição, mas de simples infantilidade. Trata-se de saber se devo prosseguir nos meus impulsos. E até que ponto posso controlá-los. Há um perigo: se reflito demais, deixo de agir. E muitas vezes prova-se depois que eu deveria ter agido. Estou num impasse. Quero melhorar e não sei como. Sob o impacto de um impulso, já fiz bem a algumas pessoas. E, às vezes, ter sido impulsiva me machuca muito. E mais: Nem sempre os meus impulsos são de boa origem. Vêm, por exemplo, da cólera. Essa cólera às vezes deveria ser desprezada; outras, como me disse uma amiga a meu respeito, são: cólera sagrada. Às vezes minha bondade é fraqueza, às vezes ela é benéfica a a

Para uma menina com uma flor

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Porque você é uma menina com uma flor e tem uma voz que não sai, eu lhe prometo amor eterno, salvo se você bater pino, o que, aliás, você não vai nunca porque você acorda tarde, tem um ar recuado e gosta de brigadeiro: quero dizer, o doce feito com leite condensado. E porque você é uma menina com uma flor e chorou na estação de Roma porque nossas malas seguiram sozinhas para Paris e você ficou morrendo de pena delas partindo assim no meio de todas aquelas malas estrangeiras. E porque você sonha que eu estou passando você para trás, transfere sua d.d.c. para o meu cotidiano, e implica comigo o dia inteiro como se eu tivesse culpa de você ser assim tão subliminar. E porque quando você começou a gostar de mim procurava saber por todos os modos com que camisa esporte eu ia sair para fazer mimetismo de amor, se vestindo parecido.  E porque você tem um rosto que está sempre um nicho, mesmo quando põe o cabelo para cima, parecendo uma santa moderna, e anda lento, e fala em 33

(De quando eu pensava que um dia seria poeta)

Querido desconhecido Nem nomear-te sei ao menos Repentina embriaguez Extraviou-me sem que percebesse Inefável sentimento Efloresceu-se aqui dentro Contigo sonhei minha vida inteira Redundei décadas e décadas Tanto sonho que sonhei Encandesceu-se todo o rosto E nessa viagem louca Não pude ao menos perceber Meu estranho evanescer Por entre a multidão No meio do supermercado